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domingo, 21 de abril de 2013

Não faz mais sentido ter isso aqui.

Tudo isso faz parte de uma história e chegou em um momento que essa história está morta. Mas ainda existe, a história ainda existe e infelizmente, as coisas relacionadas acabam morrendo junto. Essa é a última postagem, este é o velório. Por isso, duas moedas de ouro para que pague ao barqueiro.
O amor acabou.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Eu já te disse que te amo hoje?

Você para e pensa no real valor das coisas nas coisas que te cercam, nas coisas que você vive, a rotina. Sabe, questionar-se acerca de tudo, desde o que te traz felicidade a tristeza. Perguntar-se se realmente é o desejo mais profundo. Ontem eu estava assustado. Curtas palavras que me deterioraram. Agressivas, mas ainda sim, suaves, tal a correnteza que te arrasta mar adentro, sem mesmo prévio aviso da ressaca de agosto. Ouvi que a dúvida só alertava o quão errado estava, quanto o que eu vivia era uma ilusão. Ora, se eu me pergunto se tudo isso vale a pena, logo algo deveria estar em falso. Sim, isso foi de arrepiar... Cessar as lágrimas bacuraus, extremamente difícil. Mas aí algo me tocou. Algo que não se chama, que prefere não ser chamado, mas mesmo assim, a teimosia humana não conformada insiste. Algo da grandeza do silêncio, posto no liquidificador da paz. Só neste exato momento, parei de me questionar, só neste momento eu me vi, lá, um garoto, um homem e um velho. Todos sorrindo, todos de braços abertos. Não reconhecia o velho, mas de algum modo, sabia que era familiar. O adulto se parecia até com uma forma melhorada de mim, e o garoto, bem, era eu, uns dois anos atrás, talvez. Siga em frente, foi a primeira coisa que me veio, então a cena que despertou todo o bem estar que eu poderia ter surgiu de forma um tanto inesperada, ela, ou melhor, elas... Um abraço, ou melhor, três abraços. O "senhor" e a "senhora" com os braços entrelaçados desapareceram aos poucos. O trintão apenas deu um sorriso, segurando a mão daquela mulher, virou-se e partiu, mais-que-felizes levando consigo o meu "eu" de outrora junto com ela. Lá estava eu, sozinho ali novamente. Duas mãos envolvem o meu rosto, tampando a minha visão. Reconheço essas mãos seja onde for, penso. Ela, sempre ela. O motivo para eu me questionar tanto o valor do que me cerca talvez não seja por algo estar errado, ou até mesmo estar faltando algo. Eu me questiono porque mesmo valorizando bem, ainda não é o valor real, ainda não é o suficiente. Eu me pergunto porque a cada vez que o faço, deparo-me com um detalhe novo no tecido que o torna ainda mais valioso. Cada dia que passa, tudo vai valendo mais a pena. Tudo vai se tornando ainda mais especial, você se torna mais minha e eu, ainda mais teu. "Eu já te disse que te amo hoje?"

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Balão de ar

É como se não me deixasse ao silêncio,
Sempre a fazer barulho. Trovões!
Se ao menos um raio me acertasse, 
E com isso acabasse com todas as vidas que tenho,
Todas que me deram e as que conquistei.
A tempestade lá fora incomodava antes
E agora, incomoda muito mais!
Com você eu aprendi a viver com,
Mesmo que ainda houvesse resquícios do medo,
Mas você estava lá segurando a minha mão.
E a cada segundo que se passa,
A saudade vai apertando e se espalhando pelos meus pulmões
A fim de que eu te respire mais. 
Meu ar e meu tudo.
É, se for para que você me proteja da tempestade, 
Mesmo que seja apenas por mais uma vez,
De tudo farei. Respirar por pelo menos um momento,
E então fechar os olhos.
Sem mais, felicidade. Até logo.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Amanheceu


 – Abre os olhos, querido. Já amanheceu e está um dia lindo lá fora. É um novo dia! Bom, dependendo da hora que acordar, pode ser até desesseis horas de oportunidades, ou melhor, para você criar as oportunidades. Algumas realmente aparecem do nada, sem você esperar, mas não é bom ficar quieto no canto. Levanta-te, principe (ou princesa), há um reino inteiro para governar.
                Sabe, não vai adiantar criar tantas expectativas se nestas mesmas não for colocado tempero suficiente para que isso se torne a sua arma. Por que andar de cabeça baixa diante dos outros se você tem brilho o suficiente para voar acima destes? Lembre-se que tem poder para ser rei ou rainha, mas isso vai depender do que escolher. O livro está aberto, a pena o tinteiro logo ao lado. O que escreverás?

domingo, 10 de junho de 2012

Vela


E quantas vezes a fé lhe foi necessária? Mesmo que por motivos distintos, mesmo buscando coisas diferentes e tendo resultados desiguais, quantas vezes a fé foi o combustível?
A velhinha de cabelos brancos, presos em um elástico verde todo desfiado pelos incontáveis usos desde já de outra época, coberta por um longo vestido azul, até bonito, estampado por linhas curvadas a fim de simbolizar o vento, eu acho, ou mesmo as densas ondas do mar – lá estava ela, ajoelhada por mais de todo o tempo que eu estivera alí, parecia nem estar viva, por breves momentos eram aqueles que se mexia e talvez eu até esteja iludido com os tais movimentos. Resolvi me aproximar. Ela orava, agradecia, várias vezes, mas não por graças atendidas, mas sim pela força que lhe foi dada, a necessária para enfrentar as mortes de seu marido, quarenta e oito anos de casados – bastante tempo quando comparados ao grande número de divórcios atualmente – e a de sua única filha. Ela não viria a descrever algo a mais sobre ela, eu não a questionaria, era seu momento, apenas dela, ninguém mais entraria, não seria o correto.
Daquilo tudo, apenas uma palavra havia causado um ferimento em mim. Poderia até ser que com o tempo, sumisse de mim, mas acho que ficaria para sempre. “Fé” – A força pela qual ela afirmava ter obtido. Independentemente da forma como ela ganhou, ou em quem se apoiou, esse é um dos sentimentos mais necessários para alguém. Ao ouvir sobre, não pense primeiramente sobre um tônus religioso apenas porque a religião se escora totalmente nela.
Acreditar é muito maior que qualquer coisa. Direta ou indiretamente, o que há de melhor em acreditar é crêr em nós mesmos – e também por que não? Acreditar nos outros – e diante do maior obstáculo, não perder a fé. Não importa em quem seja apoiado tal sentimento, o importante é que isso nos impulsione – preferencialmente, para frente.
Aos céticos, o conhecimento não é um fenômeno natural. Muitas vezes, precisamos refletir e crer para gerar conhecimento. 

terça-feira, 22 de maio de 2012

O fio

Respiração lenta e ofegante,
Sem aquele alvoroço da impaciência
Aquele mesmo que me dominava horas atrás.
A tempestade em minha mente,
Alimentada pelo caos causado por mim mesmo,
Consome todas as minhas energias.
Quem me dera poder sair dessa assim,
Facilmente, sem que se abram os pontos.
Preciso do sorriso de volta,
Mesmo perseguir caminhos que não irão mais voltar.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Fotografia.


Aquela imagem sempre voltando a minha mente
Pairada pela serenidade da cena, pela tranquilidade.
Não havia necessidade de movimento,
Éramos apenas nós, sem mundo;
Eu era seu mundo, Ela era meu mundo.
O sorriso estampado demarcava a alegria
E satisfação dos dois, como se nunca tivessem sido tão felizes.
Mas não tinham sido mais que ontem,
Muito menos mais que amanhã.
Era vivida a tal da vida, sem medo de voar;
E lá estavam eles...
Mesmo com uma imensidão de azul,
Ainda grudados, como se fosse uma pena.
E sim, era um castigo. Castigo por tanto amor.
Tentando escapar do inferno chamado saudade,
Resolveram não dar a ela uma chance,
E tudo o que fizeram foi ser feliz.
Aqui estou eu... E ela.
Olhando o espelho e vendo como nosso sorriso é bobo.