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sábado, 29 de outubro de 2011

Pierrot


Hoje está sendo um dia tão especial. Como nunca, me senti tão frustrado, tão abandonado, tão sozinho. É impressionante como a gente pode cair. É meio assim, sem aviso, sem um paraquedas. A vida te leva num helicoptero, te deixa encantado com tudo aquilo, te faz gritar de emoção, mas talvez não tão grande como o que vem em seguida... Sabe o piloto? É, ele resolve saltar com o único paraquedas por ali. Ah, claro, você não faz ideia como se faz para manter aquilo no ar. Sim! Isso que é emoção, não é?
E é assim que ela faz, repetidas vezes, com repetidas pessoas, em repetidos lugares. É como comprar figurinhas para um álbum quase completo. Imagine quantas repetidas virão em seguida para que uma nova figurinha apareça? Ontem fiz a tolice de relatar pra mim mesmo o quanto estava feliz com a minha vida. Acho que alguém ouviu e resolveu brincar um pouco comigo. A vida tem dessas coisas, dizer que é uma Montanha-Russa seria uma completa dor nos ouvidos de todos. Todo mundo está cansado de ouvir isso. Seria mais sensato dizer agora que a vida simplesmente tem um ótimo senso de humor, mas como toda piada, alguém se machuca... Hoje a piada foi de Toc-toc e o mais engraçado é que foi bem na minha porta.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O aborto de uma madrugada


Os dias passam cada vez mais rápido. Desejo a cada instante fazer com que aquele momento se torne palpável para mim. Sinto-me de uma vez, mergulhar no vazio que tudo isso representa, a falta de uma autêntica verdade, uma daquelas que me mostrem o caminho como aquelas setas escondidas pelo mato que vejo à beira da rodovia. Um dia resolvi começar a pensar, irei ser sincero, não deu tão certo assim. Praticamente foi uma analogia a uma tentativa de suicidio. Bem, às vezes quando compreendemos os nossos erros, alguma coisa dentro de nós morre e outra nasce. Não digo ignorância e inteligência, respectivamente, mas sim a tolice e a sabedoria.
Estou cansado de viver assim, de estar feliz, de viver nas sextas e morrer aos sábados. Não que mais o quero carrego sozinho, e não saber se vou sobreviver, ou pior, sem saber se quando eu precisar, estará alguém ali para me oferecer nem que seja um mero tesouro como um copo meio cheio de água. A vida é composta de escolhas e pela primeira vez fiz alguma de fato. Quero construir, quero fazê-la crescer, quero chamá-la de minha... Não quero estar, quero ser, e acima de tudo, quero que você seja a minha felicidade.

sábado, 22 de outubro de 2011

O negro que reluz a esperança


Tudo está tão empoeirado. Parece que ninguém vem aqui há anos. Não sei ao certo se permanecer aqui vai ser o melhor pra mim, carrego tantos problemas respiratórios que a morte já começa até a me vigiar de longe, como se estivesse guardando o caixão. Está amanhecendo, o horário grifado em inúmeros planfetos jogados sobre o piso de cimento se aproxima e o Sol, mesmo com toda a lonjura diz o seu primeiro bom dia.
Ah, claro, essa cena não é a primeira vez que acontece. Na verdade, é apenas um playback do que aconteceu seguidamente durante estes dias. A sutileza do alvorecer encanta até a metade do meu coração que trago comigo mesmo.
É, mais uma vez espero aquele que sempre não vem. Espero todos os dias no mesmo horário o trem das 4h38min. Lentamente me abaixo, pego um daqueles sujos papéis descartados no chão. Uma folha negra com algumas palavras soltas no centro... “Estou chegando; estação woodville – 4h38, plataforma b”. Ao longe vejo aquele garoto de pernas curtas e seu andar engraçado que se aproxima, segura minha mão e me diz: “-Bisvô, o senhor não cansa de vir aqui todos os dias a mais de setenta anos?” e rapidamente a resposta vem à minha mente; “Não enquanto eu não puder por pelo menos mais uma vez tocá-la... que saudade, meu amor”.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Calçada da desfama


Trago comigo muito medo. Mesmo depois de ter pura consciência da minha capacidade de me levantar, levantar, levantar e levantar, o meu medo parece explodir sobre mim e tudo à minha volta. Muitas vezes, eu apenas escorrego, até sutis deslizes, mas que assim mesmo como o fantasma da morte, assola-me intensamente.
Trago comigo muito medo, trago comigo o meu medo, o meu medo de cair, o meu medo de cair, o meu medo de ter que me levantar pela vigésima oitava vez sem saber mais quantas ao chão irei abraçar os pedregulhos que residem no chão frio, sozinho, no seu vazio de sal que assombra tanto os piores, até mesmo aqueles que hoje, são nomeados melhores. Discretamente, após mais um deslize, me reergo sobre a estabilidade tentadora do meu ego sem saber o que virá amanhã, mas com uma brutal certeza... Mais doses de força serão necessárias para sair do chão do poço chamado vida.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Formol


E por mais que a vida passe, o tempo voe, as estrelas morram, suspiros sejam dados e invernos acabem, sinto como se nada disso tivesse acontecido. Faz algum tempo, não é? Ainda consigo pensar que tudo ainda é real, pensar que não é só um sonho. Outro dia houve até um pequeno incidente, acordei ao tardar da noite, estava tudo escuro, mal conseguia enxergar o que estava diante de mim, por sorte, eu já tinha mente por onde seguir até o banheiro. Fui de cabeça baixa tentando ver algo que com certeza seria impossível. Ao entrar, corri a minha mão pela parede procurando o interruptor. Ao acender a luz, surpresa, juro que por uma fração de segundo pude te ver ali, no espelho, olhando pra mim como se estivesse me chamando e bastou apenas um piscar de olhos para que tudo voltasse ao normal e meus olhos não a encontrasse.
Sinceramente, eu não faço ideia de quem não iria querer deixar quem, se sou eu ou ela. Depois de tanto tempo assim, todos achavam que em menos de um ano tudo ia se tornar mais fácil. É, com certeza passaram perto da minha realidade... Vinte e um anos, nove meses e dois dias e simplesmente tudo parece piorar. Saturado de dizerem que o passado está morto e que é preciso viver, mas ninguém entende que eu morri e morri a cada dia que passou e a primeira vez foi justamente naquele noite que sempre parece retornar em meus pesadelos. E em direção à cama um morto caminha.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O que importa


[Três pontos] Blá,blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá [Ponto final] Chore. Levante-se. Corra. Veja. Salte. Ria.Ame. Viva.

Peste negra


O mundo está coberto por uma nuvem negra que se alastra sem pausas. Todos os dias, vemos esta nuvem sugar tudo por onde passa. Bom, eu não queria ser mais um generalizador tentando navegar no mar da reflexão, muito menos um que o observa. Talvez, por isso, a nuvem seja de fato negra, mas que em raros pontos, buracos permitem que o Sol semeie a originalidade deste mundo acoitado por seres ditos pensantes, mas que na realidade, agem sem pensar. O bicho da honra se prolifera cada vez mais. Cuida para que possa castigar, ou melhor, sobreviva por mais tempo e assim, concretizar as vontades de uma ilusão entitulada de ‘eu mesmo’. A sua capacidade de estruturar uma tempestade de níveis impensáveis é tanta que não conseguem destruir apenas seus diferentes e o lar, encontram formas de adquirir outros para surrá-los e então estratificam seus semelhantes para que seja obtido um grau de maioridade e domínio. Inventam inúmeras desculpas como cultura e até usam o nome de um ser maior para guerrearem. A ignorância é tanta que se chamam Homo sapiens, o que é uma completa irônia, não é, Homo exterminatore? Pelo bem, espero apenas os dias em que a casa revidará todas as cicatrizes.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

No compasso de duas pernas.


Você nunca parou para observar o céu e ver o quanto ele pode nos ensinar? O brilhantismo de suas formas propriamente ditas brilhantes, carregam a beleza e consigo todas as respostas. O que são de fato oitenta e sete segundos na vida de alguém diante do precioso tempo que perde com sua arrogância esbaforindo gritos de protesto jogados ao vento como areia vermelha? O ser humano tem a incrível capacidade de olhar para tudo de forma errônia. É estúpido pensar que mesmo diante da verdade, ele consegue arranjar um jeito de omitir. Cá entre nós, as pessoas precisam usar óculos bem melhores, afinal, num conseguem enxergar nem o que estão diante de seus olhos.
Talvez, o real problema do homem seja esse... Ter que aprender a enxergar invés de olhar. O mundo corre, o céu nunca para, as nuvens passam, a Lua vai, a Terra gira, o vento leva, mas ninguém parece se importar. As pessoas vomitam dizendo que estão em busca da felicidade. Quer a verdade? Sim, que estejam, podem até encontrar, mas assim como o mundo, a felicidade não permanece estagnada como uma estátua, ah, de pedra. Talvez, a maioria das pessoas nem a busquem, afinal, estão muito ocupadas, não é? Claro, passar muito tempo reclamando do quanto as coisas não vão bem consome muito tempo. Para os desavisados, este é o meu plantão e esta é a notícia urgente: A felicidade tem pernas... E sim, ela sabe correr.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O tempo e os sentimentos


Hoje eu estava mexendo nos rascunhos do blog para limpar e averiguar se não existia algum post perdido, jogado no lixo, então achei este. Como dá pra perceber, eu mantive a data original. kkkkk Faz pouco tempo, não é? A parte boa é que assim o blog meio que faz uma volta ao tempo desde aos seus primórdios poemas escritos por... mim mesmo, claro. rs. O poema fala sobre como jaz seu título, tempo e sentimentos, como eles agem sobre nós e o quanto são importantes. Espero que gostem desse poema. Como é muito antigo, eu meio que fiz questão de mantê-lo do modo como o encontrei, sem alterações, principalmente para não alterar a forma como eu escrevia há mais de um ano atrás. Afinal, o tempo vem para ajudar ou atrapalhar os nossos sentimentos?


O tempo e os sentimentos

O tempo é o maior remédio
Não há nada que a ele possa resistir
Alguns dizem que podem e que vão
Pobres coitados...
Não passam de seres hipócritas
Porque no fundo de suas almas
Sabem que nada é eterno
Tudo está em completa mudança
Nada é para sempre,
Mas pensando bem
Entre todos os sentimentos
Há um que ao tempo resistirá
A solidão... este apenas aumentará
A medida que você se distancia de seus amigos
A felicidade nunca chegará
E a tristeza cada vez mais te faz companhia
É dificil... cada vez mais desejando o seu fim
cada vez mais desejando a morte
Angustia, rancor e até mesmo o ódio aparecem
Solidão, ópio do mal.
-Marcelo Santos (10/07/2010).

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A primeira das cartas


Passo a tarde suspirando, lembrando de cada toque, cada olhar, a música que, ao fundo, marcou o momento. É como se estivesse hipnotizado, como se eu tivesse saído do meu corpo e a minha alma désse milhares pulos de alegria de tal forma que não consigo tirar o sorrido do meu rosto. Ai, como eu amo você, que é tudo o que eu preciso para viver! Tudo o que quero já tenho, mas falta uma coisa, falta estar com você durante horas e horas, dias e dias, sem nos desgrudar. Fico imaginando os três dias que vou passar sem te ver, dói muito todo esse tempo, imaginar o tempo que vai me deixar morrendo de saudade... Já estou com saudade!

A tua imagem está entalhada na minha mente de um jeito que não sai mesmo, não quero que saia, não vai sair, esta imagem está em mim... Uma lembrança que me dexa feliz. Você bêbada de um jeito diferente, como se eu fosse o teu alcóol, que a cada beijo que eu te desse, ia aos poucos te deixando mais e mais incontrolável. Mas é isso, esse é o nosso amor. Vivido, compreendido de sentimentos tão humanos que se torna até impossivel de se controlar. Esta é a nossa verdade, amor.

domingo, 2 de outubro de 2011

Mais um sorvete


Se eu fosse diser tudo o que sinto demoraria muito tempo, então para tentar gastar menos teu tempo comigo vou diser logo tudinho, tá? “A verdade é que quando eu estou no teu lado eu me sinto flutuar em cima do chão. A verdade é que só voce me entende e da pra mim o que eu preciso – aquele abraço demorado e beem apertado que me faz sentir seguro. A verdade é que toda vez que vejo os seus olhos me da uma vontade de deminuir toda a lonjura que esta entre eles. Tirar todinha, tá! A cada dia que passa, isso vai ficando cada vez mais dificel de controla e com o tempo eu nem vou mais conseguir mais ficar lonje de voce. A verdade é que eu consigo reconheser cada soriso da tua cara, ceja aquele que voce se acaba de rir e fica toda descabelada ou então aquele que voce vai contando que voce da quando ta contando alguma coisa beem engrassada e que faz eu querer rir junto comtigo A verdade é que quando os seus olhos brilhão o meu coração acelera. Mas tu sabe porque? Acelera porque a grande verdade é que eu te amo mais que tudo e na minha vida tudo tem tu. Tudo o que eu fasso é pensando em tu, tudo o que eu penso na minha cabeça é tu. Tudo o que eu amo é voce.”

- A criança dentro de Marcelinho :*

É engraçado o quanto as pessoas julgam as outras pela aparência ou pelos erros que elas cometeram, mas quantas param para ver o conteúdo, a intenção? Este garoto tem apenas nove anos, ele não liga se está cometendo vários erros de português ou se ele é, ou não, do jeito que querem que ele seja. A única coisa que ele quer de verdade, é que a menina para qual ele mandou esta carta entenda o que ele sente, entenda o quão grande é o amor que ele carrega, mesmo apesar de sua idade sendo tão pouca. Talvez, ao ler a carta, ela o zombe, porque é isso que fazemos, ao vermos algo assim, somos impiedosos. Pare e pense. Muita coisa estranha e carregada de erros pode ser uma das poucas perfeitas que existem.

Suspiro


E então o homem olha para baixo. O trem vem à sua direção. Lentamente, no frio do inverno. Estava nevando. Seus olhos, quase cerrados, vão de encontro ao norte, de onde o trem vem. Sem intenção, pisca rapidamente por quatro vezes seguidas para saber se o vinha era de fato real. O frio o paralisara. Após tantos atos, ele apenas fecha os olhos. De vez, para nunca mais o abrir. Assim como uma estrada de ferro que tem um fim, se igualava a sua vida. Os trilhos acabaram agora.

– Dizem que ao morrer, sua vida passa por completa, como se fosse um filme. Quer saber? É verdade. Eu não fui uma pessoa qualquer. Eu era importante no que fazia. Fui casado por três vezes, mas, por causa do meu trabalho, morri sozinho. Pelas três fui largado. Não tive nenhum filho. Passei os primeiros vinte anos da minha vida enfiado nos livros de contabilidade, esforçando-me para ter tudo o que ganhei, com muito esforço. Após a faculdade, estagiei numa das maiores empresas. Aos vinte e cinco, já era sócio sênior. Aos quarenta, multimilionário.

Então, o que eu tenho para dizer resume-se em tão poucas palavras, mas que tantas pessoas a interpretam de um jeito tão errado. Eu estava tão doente, mas não era algo simples, não era vírus ou bactéria. A minha doença chamava-se solidão. Triste erão aqueles que haviam de suportar a minha arrogância. Na verdade, em minha vida não havia amor, muito menos quaisquer outros sentimentos proporcionais. Tudo foi justo, aceito claramente o destino que foi me dado. Nada mais perfeito para fechar com chave de Ouro uma vida decadente, cega. Não, eu não fazia o que eu gostava, mas com o tempo aprendi a empurrar com a barriga. De um tempo pra cá, fiz-me acreditar que eu era de fato nascido pra isso. Então, abandonei todos os meus gostos para satisfazer um vício. Talvez eu tenha sido muito importante para o mundo, ensinar ao mundo as consequências de uma vida assim, mostrar que não vale a pena, talvez por isso, morto prematuramente, carregando na mente apenas quatro palavras: Viva para ser feliz.