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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Náufrago


Sozinho numa ilha (E não é a de 'Lost'), sem memória, sem ter um motivo para sair dalí. O lugar é maravilhoso, mas sabe que não é o seu lugar. Não adianta esperar por ajuda, ela não virá. O seu juízo e sua lucidez já estão indo embora e o que resta é a vontade de que as dores causados pela vida selvagem e longe da civilização acabem. O que o mantém vivo é o humor negro de um ser muito presente onde há vida. Acaba sendo motivo de piada para esse ser, que a única coisa que quer, é se divertir um pouco. É sobre isso que o poema 'Náufrago' fala. Espero que gostem!


Náufrago

Andava cambaleando pela areia

Não sabia quem era, sem lembranças,

Viveu por muito tempo assim,

Custando para sobreviver,

Ralando para viver, sem sonhos.

O fato de não saber quem era

Facilitava bastante, não havia dor

Muito menos saudade.

Sabia apenas que seu lugar não era aquele,

Mas como sair de um lugar sem saída?

Foram tentativas e mais tentativas

E todas terminadas sem êxito.

O lugar era belo, não posso mentir,

Porém sua lucidez se esvaía a cada dia.

Não havia por quem chorar,

Não havia com quem dividir todo aquele lugar,

Era apenas ele e ele.

A sua loucura tornou-se visível,

Falava consigo como se fosse uma pessoa distinta,

Chegou a até se marcar como forma de pôr um fim.

De nada adiantou.

O sofrimento e a angústia não foram apagados

E a fome continuou a vir.

Estava só naquela ilha, estava só no mundo,

Mas em seu mundo ainda havia alguém

Uma pessoa criada por ele, mas de fato existia,

A morte brincou com ele até o fim.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Gritos de saudade


Bom, voltei a postar com um pouco de intensidade, apesar que ainda não venho aqui com tanta frequência. E espero mesmo conseguir vir todos os dias e postar algo novo nesses dias finais do ano. Ah, poema novo! Foi escrito há certo tempo. Acho que na segunda, não lembro direito. É uma junção de um poema de amor com um poema byronista. Bom, é um poema que deveria ser terminado em reticências já que ele é interminável. Não há um final para ele, pois a saudade sempre acometerá a mente e o coração do sujeito. Espero que gostem :D



Gritos de saudade

Por que não posso passar com você

Todo o tempo que quero e que preciso?

Sei que o que eu sinto por ti é insaciável,

Mas não me importo.

Tudo o que preciso é acabar com esta saudade,

Que consegue embaralhar os meus pensamentos,

Que consegue tirar a minha paciência.

Eu só quero estar ao teu lado,

Mas ninguém consegue me ouvir.

Minha voz um tanto rouca, com um timbre grave,

Mal consegue chegar aos ouvidos.

Por mais que tente aumentar o tom,

Não consigo, já estou sem voz,

Já não tenho poder para gritar.

Só quero estar ao teu lado mais uma vez,

Mas o homem de boina não me escuta,

O roteirista dessa história em que vivemos

Não me ouve, não me dá atenção.

Tento dizer o quanto quero estar ao teu lado,

O quanto te amo, o quanto te quero,

O quanto preciso de você,

O quanto tenho que estar ao teu lado.

Não é pedir demais, não, não é!

E ele me deu quinze minutos, aproveitei ao máximo.

Mas não me contentei, não dá, é impossível,

E voltei a gritar, mesmo sem voz...

“Só quero estar ao teu lado, só ao teu lado”.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Boneco


Faz certo tempo que não venho aqui. Bom, fiquei com saudade e vim! Foram muitos dias desde o último post, sei que vocês podem estar irritados não sei, mas aí está, um poema que escrevi nas férias. Ah, caso vocês não o entendam bem, seu conteúdo fala sobre uma pessoa que sente medo, ela não foi de fato abandonada, mas esse medo é corrosivo.
Ah, só pra situar um pouco. Nesse poema eu faço uma alusão à Woody de Toy Story e que em seu segundo filme ele acaba sendo rasgado e nele cresce o medo e a sensação de inutilidade. Espero que gostem.

Boneco

Só não sei se tudo isso vale a pena

Não tem nada haver com medo,

Ou até covardia, não, não é!

Pela primeira vez, pareceu sem emoção,

Um “eu te amo” sem cor, sem vida,

Quando chegou ao meu coração,

Não houve força, não houve rumo;

Sopradas até mim por um vento frio.

Senti-me como um boneco,

No qual você riu e se divertiu bastante,

Mas como qualquer criança, cansou-se

E agora, novos apareceram, cheios de vida.

A dúvida corroeu a minha costura,

Um de meus braços está rasgado,

E sofro sem atenção, sujo, empoeirado.

Talvez eu ainda possa ser lavado e costurado,

Mas não serei mais o mesmo,

Apesar de que por um lado ainda confie.

Então estou aqui, jogado neste baú,

Junto com tudo aquilo que você esqueceu,

Porém não significa que possa ter força

Para então sair por aí sem coração,

Já que o que te dei,

Jamais poderá ser meu outra vez.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Bicho humano


A verdade mais sólida do homem é dizer que não se conhece. Nunca sabemos quais são os nossos limites e nem se há um. Todos os dias, vemos e ouvimos coisas que não queremos e isso nos fazem mudar, seja pra melhor ou pra pior. Isso não é escolha nossa e mesmo se fosse, ainda haveriam muitos que optariam pelo caminho do mal. Seja honesto, você não se conhece.

Sou humano e essa é uma de minhas poucas certezas. Erro, erro e erro, mas a cada erro que cometo, aprendo, mesmo que na próxima tentativa ainda não consiga acertar. Assim como qualquer um, tenho direito de pensar o que quero, de achar o que quero, desde que o que eu pense ou ache não saia de mim. O homem é bicho, só porque é racional num quer dizer que tenha que se aproveitar dos outros bichos "inferiores" a ele. O homem é bicho, o homem é animal. Ao ver um daqueles programas de vida selvagem, pare e pense para enxergar o que há de selvagem na civilização do homem. Lembre-se que o próprio capitalismo é uma selva, onde vence aquele que é mais forte. Aprendemos desde pequenos a derrubar as barreiras que nos impedem a chegar aos nossos objetivos. Alguns o fazem de maneira limpa e justa, outros, derrubam pessoas, mesmo que sejam familiares. Isso é ser bicho. O pai comendo os filhotes recém-nascidos? Ah, isso não é só coisa do mundo da mata. E esses imbecis que mal-tratam os próprios filhos, estupram e até matam? São só animais.

Se por ventura você se iludir com o meu comportamento e maneira de viver, não faça a loucura de pensar que eu não mordo e que eu não sou perigoso, afinal, o homem também é bicho e mexer com vara curta é pedindo para se dar mal.

É, Você é BICHO!


p.s.: Talvez, se eu pudesse, poderia descrever durante centenas de linhas sobre o que é ser humano, mas você já sabe cada detalhe do que eu irei falar, só não os reconheça.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Músicas que amo - Versos simples

Tem uma letra curta e boa. A melodia faz relaxar facilmente e é por isso que recomendo bastante; :D


Música: Versos simples

Intérprete: Chimarruts


Sabe, já faz tempo
Que eu queria te falar
Das coisas que trago no peito


Saudade, já não sei se é
A palavra certa para usar
Ainda lembro do seu jeito


Não te trago ouro
Porque ele não entra no céu
E nenhuma riqueza deste mundo


Não te trago flores
Porque elas secam e caem ao chão


Te trago os meus versos simples
Mas que fiz de coração

sábado, 11 de dezembro de 2010

Agosto


Quem não já quis dormir para espantar as dores que o mundo causava? Bem, é mais ou menos nesse sentido que escrevi esse poema. Pensei quando escutava wake me up when september ends do Green Day. O sofrimento aumenta, as dores e os dias parecem se prolongar, por nossa infelicidade. Espero que gostem do poema!
Ah, aproveitando, queria me desculpar com vocês já que não venho postado muito ultimamente. Eu tenho lido bastante alguns livros e me deixou um tanto sem tempo. Então é isso, boa leitura.

Agosto

Já não quero mais ficar acordado

E ver tudo se perder ao longo do tempo

Já não quero enxergar...

Não quero, não.

Durante esse sádico mês,

Vi tudo o que não deveria ver,

E senti dor.

Só quero que esse mês passe,

Para que então possa apagá-lo de minha memória.

Quem sabe dormir pelos longos dias restantes,

Por que não consigo?

Seria tão mais fácil para aliviar as minhas dores.

Mas não sou eu quem manda,

Os dias demoram cada vez mais a passar,

À medida de que minha dor cresce.

Já não quero mais ficar acordado,

Quero apenas sonhar;

Manter tudo o que eu tinha,

E esquecer que a vi escapar entre meus dedos;

Tirada à força de mim, arrancada!

Sim, só quero sonhar,

Imaginar que ainda está ao meu lado,

Mas não consigo, a dor não permite,

Enquanto tudo que queria, era dormir.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cores e luzes


Série dedicatórias. A ela, minha grande fonte de inspiração, a pessoa que me faz querer dar sempre mais um passo para que possa continuar, que me dá forças com suas palavras, com sua presença. Cores e luzes fala sobre o preto e branco que minha vida era antes de conhecer Bê. Tudo o que está escrito nesses versos é a verdade. Bom, espero que gostem do poema. Ele foi feito com o maior carinho possível para ela. A constatação da maior dádiva que ganhei até agora.


Cores e Luzes

Durante toda a minha vida

Colecionei páginas e páginas de desenhos,

Estes marcavam momentos

Que ficariam eternizadas em lembranças.

Nunca reclamei de nada,

Mas sabia que sempre faltou alguma coisa,

Algo que com certeza, deveria estar ali.

Minha vida tinha momentos felizes

E momentos tristes, como de qualquer outro.

Pessoas me cercavam, solidão não era o problema,

Mas os desenhos eram apenas meus.

Pode compreender como egoísmo de minha parte,

Ache o que quiser, para mim, não era;

O que faltava era alguém para compartilhar,

Que pudesse estar desenhada, inscrita no papel.

Faltava brilho, faltava cor, faltava energia,

Faltava luz, faltava emoção... Faltava amor,

E o preto e branco amargurava meus pensamentos.

Felizmente te conheci e pude sentir tudo isso.

Sentir o que outrora jamais havia sentido,

Ou até pensado que pudesse existir.

Quando você entrou no meu caminho,

Arrancou todas as cortinas que havia,

E com o pincel, selou cores, tracejando pelo papel

Um tanto crespo... De dor e sofrimento

E então com luzes e cores,

Pintou o meu coração de vermelho

Para que pudesse bater

E amá-la por toda a eternidade.