Pages

sexta-feira, 16 de março de 2012

Na margem


Lá estava ela, a loira sem cor, menina
Sentada, curvada, olhando para o mar,
Segurando uma descolorida pulseira fina
Que mal lembrava quando veio a ganhar.

Lembranças, esquecimentos, sonhos e planos,
Suspiros diários a assombrar o que tentou almejar
Tantos foram estes a formar buracos nos panos
Sonhos que antes, pesadelos vieram a se tornar.

Maquiadora, brinquedo, poeta, mergulhadora...
Aquela garota que já chegou a sonhar com tudo,
Hoje lamenta, encolhida, lutando contra seu luto.

Já não adianta olhar para frente, muito menos no agora.
Inadiável, inevitável, apenas espera o grande estopim,
Quando a velha pulseira se partir e tudo chegar ao seu fim.

0 comentários:

Postar um comentário