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quarta-feira, 9 de março de 2011

Canto final


Quando se está triste, o que resta é escrever, mesmo que isso seja a última coisa a fazer. É o que faço e não tem como mudar. Muitas vezes é preciso, só assim consigo me livrar do peso, do fardo na consciência, é como se estivesse desabafando, como se estivesse aberto uma torneira, a torneira da minha mente. Por isso, neste poema, não julguem o sentido devastador que ele tem, apenas leiam, se coloquem no lugar do eu-lírico e façam de tudo para não sentir o que ele está sentindo. Espero não sentir uma outra vez. Não sei se isso aconteceu, mas podem ter pensado que só escrevia poemas brancos. Enfim, aí está um rimado. Iria até escrever um soneto, mas desisti. Prometo que o próximo será.


Canto final


Poema sem brilho, sem cor.

Espelho da alma do autor,

Sentido pelo frio do vento

Covarde naquele momento.


Condenado à morte, ao nada

Que depois de perder tudo,

Depois da vida o abandonara

Foi morrendo, lixo sem futuro


Morto, morto, morto, morto,

Alma morta, corpo morto,

Agora, vaga sem um amor


Precisando do que perdeu,

Procurando pelo seu eu,

Carregando a tristeza, a dor.

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