“Espelho, espelho meu, refletor de luz com moldura de marfim, será alguém um dia caírá de amores por mim?” Me sinto tão inseguro, vejo a realidade nem um pouco animadora, tão pouco satisfatória. Vejo as lágrimas de tanta gente ajoelhadas no chão sentindo a dor de um amor que quase sempre nunca existiu, desiludidos pelo grande sonho de encontrá-lo e poder ter a chance de conquistar uma das felicidades. A verdadeira e pior forma de ilusão está sendo aspirada por todos. O que deveria ser algo especial carregado de sentimentos, fora banalizado por um sonho obscuro e obsessivo. Todos querem, poucos encontram de fato, confundem o que é abstrato e concreto.
Um dia se aproximaram de mim e me perguntaram: “Afinal, quem é você para dizer toda esta asneira descabida de sentimento?” Bom, eu não sou ninguém e ao mesmo tempo eu sou todos. Sou aquele que vê o passado, o presente e o futuro da humanidade. Infelizmente não tenho vida própria, fui criado sim, criado pelo som de cada lágrima ao cair no chão e que juntas, formam um som desnorteante, carregado de frustração, tristeza, arrependimento e solidão. Graças a todos vocês, que não quiseram esperar nem por alguns segundos, entregaram as suas almas e corações para serem partidos, credos que juravam ter o poder de transformar uma interrogação em uma exclamação. Nunca pedi para existir, não era uma de minhas pretenções levar em meus pertences tanta negatividade.
Sim, o que vocês juram ser baboseira de fato existe! As almas gêmeas se encontram espalhadas pela grandiosidade denominada de mundo. Aqueles que esperaram, de fato encontraram e agora lutam contra tudo e contra todos mostrando que o laço sem cor já fora estabelecido. Apesar de tudo, a felicidade para estes vem rabiscada, mas compacta como o ferro que facilmente se aquece diante do calor que todos querem.