O poema é aparentemente apenas descritivo, mas não se engane. Não é apenas sobre um veneno e sim sobre o mal. Sobre quando ele começa a te envolver por completo até que sua parte boa adormece para nunca mais acordar. Ele abstrai todo esse processo e o concretiza em formato de veneno. Espero que gostem.
Veneno
Senti um formigamento na mão
Repentinamente, miro os meus olhos
Para onde vinha aquela sensação
Que nunca havia sentido antes.
Algo estava dentro de mim,
Aos poucos, o líquido se espalhava
Ia queimando, deixando-me com calor,
Uma inquietação tomou conta de mim.
Aparentemente, estava relaxado, derrotado,
Mas por dentro, agonizava, pedia ajuda.
Ponho meus olhos novamente,
Percebo que mesmo suando exageradamente
Como se estivesse num inferno em pleno verão,
Meu corpo já não se compreendia,
Frio era o que me dominava.
Com a visão já cansada e desajeitada
Vi uma enorme mancha sombria, escura,
Que quanto mais o tempo decorria,
Mais se expandia, conquistando-me.
Os pensamentos fluíam de uma maneira distinta,
Não estavam aprisionados na minha cabeça,
Vazavam como se houvesse uma torneira aberta.
Estava desequilibrado, tonto,
Meus olhos cerravam, minhas pernas balançavam,
A força se esvaia, a respiração lenta,
Então sucumbi, marginalizado da vida,
Adormeci para não acordar mais.
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