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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Náufrago


Sozinho numa ilha (E não é a de 'Lost'), sem memória, sem ter um motivo para sair dalí. O lugar é maravilhoso, mas sabe que não é o seu lugar. Não adianta esperar por ajuda, ela não virá. O seu juízo e sua lucidez já estão indo embora e o que resta é a vontade de que as dores causados pela vida selvagem e longe da civilização acabem. O que o mantém vivo é o humor negro de um ser muito presente onde há vida. Acaba sendo motivo de piada para esse ser, que a única coisa que quer, é se divertir um pouco. É sobre isso que o poema 'Náufrago' fala. Espero que gostem!


Náufrago

Andava cambaleando pela areia

Não sabia quem era, sem lembranças,

Viveu por muito tempo assim,

Custando para sobreviver,

Ralando para viver, sem sonhos.

O fato de não saber quem era

Facilitava bastante, não havia dor

Muito menos saudade.

Sabia apenas que seu lugar não era aquele,

Mas como sair de um lugar sem saída?

Foram tentativas e mais tentativas

E todas terminadas sem êxito.

O lugar era belo, não posso mentir,

Porém sua lucidez se esvaía a cada dia.

Não havia por quem chorar,

Não havia com quem dividir todo aquele lugar,

Era apenas ele e ele.

A sua loucura tornou-se visível,

Falava consigo como se fosse uma pessoa distinta,

Chegou a até se marcar como forma de pôr um fim.

De nada adiantou.

O sofrimento e a angústia não foram apagados

E a fome continuou a vir.

Estava só naquela ilha, estava só no mundo,

Mas em seu mundo ainda havia alguém

Uma pessoa criada por ele, mas de fato existia,

A morte brincou com ele até o fim.

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