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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Formol


E por mais que a vida passe, o tempo voe, as estrelas morram, suspiros sejam dados e invernos acabem, sinto como se nada disso tivesse acontecido. Faz algum tempo, não é? Ainda consigo pensar que tudo ainda é real, pensar que não é só um sonho. Outro dia houve até um pequeno incidente, acordei ao tardar da noite, estava tudo escuro, mal conseguia enxergar o que estava diante de mim, por sorte, eu já tinha mente por onde seguir até o banheiro. Fui de cabeça baixa tentando ver algo que com certeza seria impossível. Ao entrar, corri a minha mão pela parede procurando o interruptor. Ao acender a luz, surpresa, juro que por uma fração de segundo pude te ver ali, no espelho, olhando pra mim como se estivesse me chamando e bastou apenas um piscar de olhos para que tudo voltasse ao normal e meus olhos não a encontrasse.
Sinceramente, eu não faço ideia de quem não iria querer deixar quem, se sou eu ou ela. Depois de tanto tempo assim, todos achavam que em menos de um ano tudo ia se tornar mais fácil. É, com certeza passaram perto da minha realidade... Vinte e um anos, nove meses e dois dias e simplesmente tudo parece piorar. Saturado de dizerem que o passado está morto e que é preciso viver, mas ninguém entende que eu morri e morri a cada dia que passou e a primeira vez foi justamente naquele noite que sempre parece retornar em meus pesadelos. E em direção à cama um morto caminha.

1 comentários:

Gess Amorim disse...

já é meu preferido!!!

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